sexta-feira, 6 de março de 2015

Vontades




Havia pessoas que estavam visivelmente atordoados, outros queriam preencher o vazio com bebidas e sexo, alguns queriam o dinheiro que estava exposto no canto de cada mesa pôquer. Eu já estou pronta para entrar em ação e começar a procurar Trace.

Com os olhos atentos a cada pista que eu pudesse ter de onde estaria meu chefe. Andei pelo saguão em direção a uma mesa de apostas na ala sete, apoiei-me na mesma deixando quase metade dos meus seios a mostra. Um homem de cabelo loiro e olhos azuis não paravam de me olhar, se eu fosse inocente nunca desconfiaria no que aqueles olhos azuis queriam dizer.

- Boa noite, cavalheiros! - falei assumindo um tom totalmente profissional e sexy.

- Boa noite gracinha. - disse um homem mais velho, devia ter seus quarenta anos.

Sorri em resposta.

- Vocês por acaso viram o Trace? O dono disso tudo? - Os olhos do loiro a minha esquerda não perdiam nenhum movimento meu.

O vi se remexer na cadeira para tentar dispersar sua ereção, o que já estava bem visível. Evitei olhar para baixo da mesa e foquei bem seus olhos azuis.

- Tá nervoso querido? - falei me inclinando ainda mais na mesa, por um momento pensei que meu top fosse rasgar.

- Por que a pergunta docinho? - falou ele inclinando para mais perto de mim, eu podia sentir sua respiração quente e quase ofegante.

- Ótimo. - sorri me afastando. - Mas voltando, vocês viram Trace?

- Sim, ele estava conversando com um homem alto de cabelo meio loiro e meio castanho.

- Obrigada Cavalheiros.

- Espere. - Falou o mesmo homem de olhos azuis.

- Sim?

- Quanto você cobra para ser minha por uma noite?

- Converse com Trace, e então ele dirá meu valor.

Saí um pouco confiante demais, com um sorriso sedutor inabalável no rosto. Alguns homens bêbados agarraram meu pulso, mas nada com que eu já não estivesse acostumada. Continuei meu caminho atrás de Trace, mas parei quando o vi entrar. Ele era alto, com olhos brilhantes e castanhos, vestia uma regata branca com uma jaqueta de couro por cima e jeans. Sorri ao vê-lo. Nunca esqueceria aqueles olhos com tanta facilidade.

Droga! O que ele está fazendo aqui? Ai que pergunta imbecil, ele é homem e homens gostam de sexo e apostas. Mas ele não pode me ver assim. Merda, merda, merda. Espere eu estou mesmo preocupada com o que ele vai achar quando me vir? Já saí com tantos caras que já perdi a conta e ele é apenas mais um em busca de prazer sexual. E além do mais, eu tenho namorado.

Continuei andando como se não o tivesse visto, mas era inevitável olhar a cada oportunidade. Olhei ao meu redor e finalmente encontrei os cabelos grisalhos que eu procurava, era Trace.

Ele era um tanto charmoso e elegante para um coroa. Com cabelos grisalhos fazendo um montinho no topo de sua cabeça, um sorriso largo que exibia uma pequena covinha do lado esquerdo do rosto, mostrando dentes perfeitos brancos. Seus olhos eram cinza e exuberantes. Se eu não o conhecesse tão bem, poderia até afirmar que seria um perfeito homem para apenas uma mulher e ser amado por ela um dia.
Trace estava conversando com um velho, me suponho que seja negócio de trabalho. Aproximei-me e sem hesitar passei meus braços finos e longos pelo pescoço do coroa charmoso que estava sentado. Ele me olhou curioso.

- Aí está você minha querida. – sua voz era um tanto grave e rouca, o que complementava charme.

Sorri olhando seus olhos cinza.

- Oi Trace. – falei sentando em seu colo. – Quero falar com você.

- Também preciso falar com você menina. – Ele olhou para o velho a sua frente que estava mudo como um morto. – Se você me dá licença, tenho que resolver uma questão.

Ele acenou com a cabeça em resposta. Coloquei-me de pé e Trace o mesmo fez. Ergui o olhar e o vi novamente, só que dessa vez seus olhos encontravam os meus como a vez que fui para a Torre Eiffel com Jake, meu cérebro vacilou. De repente esqueci-me de tudo e me envolvi naqueles olhos expressivos e brilhantes. Quando me dei conta de que ele estava vindo em minha direção. Senti meus músculos ficarem rígidos e uma tensão formar na parte inferior do meu corpo. Ele mudou a direção do olhar para Trace, o que me fez ficar mais nervosa ainda.

- Olá senhor. – falou ele perto o bastante para eu sentir seu perfume doce. Fechei os olhos gravando aquele cheiro e pensando em mil jeitos de como ser consumida por aquela fragrância, e devo assumir que meus jeitos eram totalmente insanos.

- Olá rapaz. – falou Trace olhando-o de cima a baixo.

- Me pediram para vir falar com você. Trata-se das meninas.

- Ok. – os olhos de Trace se acenderam. – Amberly, querida, espere ali que já conversamos.

Assenti e sai.

Droga! Ele queria ficar com uma das garotas essa noite. Uma pontada me pegou de surpresa fazendo-me apoiar no balcão de bebidas. Carry trabalhava no bar e dava um duro, principalmente para tentar explicar aos homens do lugar que ela não era uma puta. Observei-a pegar as bebidas e acertá-las nos copos todos ao mesmo tempo sem desperdiçar nada, ela era boa nisso.

- Oi gata. – Carry disse aproximando de mim.

- Oi. – falei sem entusiasmo.

- Que gato é aquele conversando com nosso chefinho? – ela ergueu o queixo em direção a Dustin enquanto
esfregava o copo com um pedaço de pano considerável branco.

- Um homem qualquer. – dei de ombros.

- Pode ser, mas ele é gostoso. Nesses momentos que eu acho vocês um tanto sortudas por poderem pegar um deus grego desse.

Aquilo me deu nos nervos, como ela estava falando dele assim? Na minha frente?

- É.

- Você ta bem? – ela analisou meu rosto sério e sem humor. – Como dizia meu poeta favorito, Vinicius de
Moraes, “O uísque é o melhor amigo do homem. É o cachorro engarrafado.” Pegue um uísque por conta da casa. – sem me dar tempo de responder ela saiu de perto, pegando uma dose de uísque e entregando-a mim. – Tome e divirta-se.

- Obrigada. – falei pegando o pequeno copo que se acomodava na almofada da minha mão e o levei à boca. Tinha um gosto amargo, mas era bom.

- Olha quem está vindo Amberly. – Carry disse e saiu de perto.

Virei-me e vi Trace vindo em minha direção.

- Oi minha menina.

- Trace.

- Acho que nossa conversa vai ter que ficar para mais tarde, pois o jovem ali mostrou bastante interesse em você. – meu coração acelerou. – E ele quer passar uma hora com você.

- Comigo? – não me preocupei em esconder meu entusiasmo.

- Sim. Agora vá lá e me faça lucrar. – assenti passando por seu lado, onde ele deu um tapinha de “boa sorte” na minha bunda.

Retomei o ar e fui até meu cliente. E pela primeira vez na minha vida, pude sentir o que todos sentiam quando faziam sexo. Aquela conexão de corpos, atração física, vontade e um sentimento que pode ser denominado como paixão.

2 comentários:

  1. Cacete, estou morta com está fanfic. Ela é A Fanfic.
    Posta logo!

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    1. aaaaaaaah mais que liindaaaa!!!
      vou postar mais logo meu anjo, se der, posto mais hoje <3

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