terça-feira, 23 de junho de 2015

Homens são apenas homens.





As horas voaram desde que voltei para meu apartamento. Quando cheguei Jake ficou de bico, brigou e falou que não tenho mais tempo para nós dois, mas resolvi esse pequeno detalhe e logo ele melhorou. Homens, sempre previsíveis.

Olhei o pequeno quarto, no qual eu me encontro, era pequeno, porém, bem aconchegante. Ali eu me sentia bem e em casa, longe de Trace e do cassino.

Jake estava adormecido ao meu lado, e eu sentada com as pernas coladas ao meu peito. A televisão ligada para as paredes porque eu mesma não estava prestando atenção em nada. Minha cabeça estava lá fora.

A noite estava tão linda e a brisa parecia poder invadir meu quarto e me enlaçando. Olhei novamente para Jake e levantei-me, peguei meu casaco e saí.

Como eu previ a noite estava linda e a brisa correndo em minhas bochechas deixava tudo mais bonito.Eu podia ouvir as árvores cochichando uma com as outras , do seu modo, claro!, caminhei mais um pouco e encontrei a mesma fonte que tinha me assentado, a famosa fonte dos desejos.

Olhei ao redor e não tinha ninguém. Sentei-me e no mesmo instante veio um peso sob mim. Pensei nas meninas que tínhamos pegado hoje,  quando Bryan puxou Alice pelo braço, seus olhos assumiram totalmente uma expressão de medo e pavor e Ray tinha medo em seus olhos, mas era mais forte que Alice, ela podia manter isso escondido. Depois me veio minha mãe, e foi aí que parei de segurar o choro, Amanda, era esse seu nome. Uma mulher linda e tão cheia de amor. Seus cabelos escuros, mais escuros que os meus e seus brilhosos sempre cheios de esperanças.

- Amberly?! - Uma voz me tirou do transe. Ergui o olhar e lá estava ele. - Por que você está chorando?

- Dus.. Dus.. tin - gaguejei imediatamente limpando as lágrimas que me denunciavam.

- O que aconteceu? - ele sentou-se ao meu lado.

- Nada. - engoli a seco.

- Como se nada te fizesse chorar, mas se você não quer falar tudo bem. - Dustin passou o braço pelo meu ombro me achegando para mais perto do seu corpo.

Encostei a cabeça em seu peito, fechei os olhos e pela primeira vez, depois que minha mãe se foi, fiquei mais tranquila.

- Sabe... - comecei. - As vezes é difícil não querer jogar tudo pro alto e começar uma nova vida.

- E por que não faz isso?

- Se fosse simples Dustin. - minha respiração já estava mais calma, na verdade estava em total sintonia com a do homem no qual eu me apoiava.

- Amberly, já te disse que é.

- E eu já te disse que não é.

- Conte-me por que então.

Afastei-me para olhar em seus olhos.

- Eu não pertenço a mim mesma, pertenço ao... ao dono de tudo.

- Isso é impossível, ninguém tem esse direito sob ninguém. - ele olhou em meus olhos. - Se você quiser eu te ajudo a fugir.

- Não é assim que as coisas funcionam. - suspirei. -  Tem tudo o que fiz também, tem minha mãe. - lagrimas começaram a se formar no canto dos meus olhos.

- Ei, ei, não chore. - Dustin me abraçou mais uma vez. - shiii, eu estou aqui com você.

- Obrigada. - ficamos em silêncio mais um pouco antes de eu interrompê-lo novamente. - Uma pergunta, como você me achou aqui?

- Instinto. - ele riu.

Olhei para ele com uma cara de desconfiança.

- Brincadeira, eu estava sem sono e decidi vir aqui. Onde te encontrei pela primeira vez.

Sorri.

- Não fale assim. - mais gemi do que falei.

Me afastei dele, eu não podia me envolver com aquele homem e com nenhum outro. Nem mesmo Jake merecia isso.

- O que foi? Eu disse algo errado?

- Não, eu que falei. - forcei um sorriso. - Tenho que ir.

- Por favor, fique.

- É melhor para nós, não podemos criar laços e nem afeto um pelo outro.

Ele riu - Tarde demais, já estou bem enlaçado com você. - ele me puxou.

- Dustin, não podemos. Você viu o que sou, você sabe do que vivo.

- Não ligo se você é uma puta ou uma santa, você foi a única mulher que me deixou louco antes, durante e depois de uma transa.

- É exatamente isso, pra você tudo se resume ao sexo bom. - me soltei.

- Amberly, espere! Não foi isso que eu quis dizer. - ele gritou , mas eu já estava numa distância boa.

Continuei caminhando até o apartamento, só que agora com um rombo maior no coração. Como sou tola de achar que uma prostituta poderia ter uma vida de verdade. Nem sei como ainda tenho Jake.

Finalmente cheguei, destranquei a porta e pra completar minha infelicidade, Jake estava de pé.

- AMBERLY, QUE DIABOS VOCÊ ESTAVA FAZER FORA DE CASA? ONDE VOCÊ ESTAVA?


MERDA, TÔ FERRADA!!!!!




************** Continua*****************

domingo, 7 de junho de 2015

Bem vindas, meninas.





O dia era lindo, composto por um céu azul anil, com poucas nuvens, e o sol, ainda meio envergonhado , se escondia atrás de uma nuvem branquinha e simpática.
Como eu queria estar falando que estou apenas passeando no aeroporto, ou que eu vou viajar com meu marido. Se eu tivesse um né!?

Um suspiro me escapou. Quem dera!

"Hora de voltar a realidade Amberly!" falei comigo mesma. Olhei ao meu redor e vi Bryan a minha direta, e tão próximo que era capaz ouvir sua garganta ao dar mais uma boa golada em seu café; ele lia um jornal, mas tinha os olhos sempre atentos a cada movimento meu. Se eu falhasse, seria ele o primeiro a me pegar pelo braço e me punir. Olhei para minha esquerda e logo avistei ao longe Ed. Era ele na verdade um dos melhores capangas de Trace, podia-se falar que ele era seu braço direito. Trace sempre o deu respeito, e sempre estavam juntos. Ed tentava de tudo para me proteger, ele sempre me tratou como uma irmã, parece que ele me vê de outro modo. Pelo menos ele.

Joguei o cabelo para trás, ajeitando minha blusa e indo em direção ao ponto de táxi. Não demorou muito para eu notar as duas garotas, um era ruiva natural com os cabelos lisos que chegavam na altura da cintura e tinha olhos azuis como o céu de hoje, e a sua amiga ao lado aparentava ter menos idade que a ruiva, ela era morena com algumas mechas loiras, seus olhos acinzentados passavam uma boa impressão. Me aproximei das meninas, usando a mesma tática de sempre: O TÁXI.

- Nossa, será que é difícil chamar um táxi por aqui? - falei imitando um sotaque britânico e inclinando-me para a ruiva.

- Bom dia! Bom eu não sei, somos novas por aqui também. - ela falou abrindo um sorriso largo, porém  hospitaleiro.

- Mesmo? E de onde vocês são?

- Somos da Austrália e você?

- Sou da Inglaterra. - sorri mentindo com facilidade.

- Que máximo! - agora foi a vez da morena falar.

- Vocês estão indo para que lado? - perguntei me fazendo de confusa.

- Para o hotel das fontes cantantes.

- Nossa! Que coincidência eu também!

- Sério? - elas sorriram.

Apenas afirmei com a cabeça - Será que podemos rachar o táxi? Porque eu não sei de quanto em quanto tempo ele passa.

- Claro que podemos. - a morena falou.

- Nossa muito obrigado!!! - sorri. - A propósito eu sou Amberly - estiquei minha mão.

- Eu sou Alice e ela é Ray. - A ruiva, que se atendia por Ray deu um sorriso após ouvir a amiga falar seu nome.

- Prazer meninas.  - Olhei para o lado e dei uma tossida, esse era o nosso código para que Bryan passasse de leitor para taxista.

Olhei de relance para Ed, que continuava imóvel. Bryan, porém, já vinha no carro branco.

- Vejam!!! Um táxi. - falei apontando para o carro.


Imediatamente o carro branco parou em frente onde estávamos. Elas entraram sem ao menos desconfiar de nada. Meu coração apertou, eu não queria que elas passassem pelo que passei. É doloroso, vergonhoso e muito humilhante. Entrei logo atrás de Ray, que ficou no meio.

- Bom dia meninas! - falou Bryan abrindo um sorriso quase ingênuo.

- Bom dia Sir. - Ray falou. - Queremos ir para este endereço. - Lhe passou um papel pequeno, com algumas letras rabiscadas.

- Oh tudo bem, senhorita. - Ele olhou o papel e nem o deu muita atenção. - Eu sei exatamente onde vocês querem ir.

Essa foi sua última frase, depois o carro ficou em silencio, quase total se não fosse pelo movimento lá fora.

Bryan virou a esquina, que era oposta ao hotel que as meninas estavam hospedadas e parou em frente a boate.

- Chegamos! - falou ele se virando para trás, encarando-as.

Elas olharam para fora do carro e viram a Fenix que ficava bem no topo do letreiro do cassino. Depois voltaram os olhares uma para a outra, mas dessa vez assustadas.

- Mas não é aqui!

- É sim. - falei, era minha parte da cena falar isso.

Elas ficaram mais assustadas ainda.

- Isso foi uma armadilha? - Ray falou prendendo o choro.

- Pode apostar baby. - Bryan falou abrindo a porta do carro e agarrando o braço de Alice, puxando-a para fora do carro.

- SOLTE ELA AGORA.

- Não se preocupe menina, logo logo você vai estar junto a sua amiga. - Ed apareceu para pegar Ray.

Ela olhou para mim uma ultima vez e não precisou de uma única palavra para eu saber o que ela tinha em mente. Seu olhar de medo mesclado com raiva e decepção me atingiram de uma maneira que eu só me encolhi no táxi e comecei a chorar.

Minha mãe me lançou aquele mesmo olhar no dia em que falei que teria de me mudar para Vegas. Ela não queria que eu fosse, mas eu bati o pé... então aconteceu tudo.

Abri a porta do carro andando vagarosamente para dentro do cassino, enxugando os olhos.

- Amberly. - Uma voz firme, mas ao mesmo tempo doce, me chamou.

Virei-me e olhei em seus olhos, era Ed.

- Oi - forcei um sorriso falho.

Ele se aproximou de mim e me abraçou.

- Sua mãe de novo?

Apenas assenti me sentindo um pouco protegida em seus braços.

- Queria que você soubesse de tudo.

Olhei para ele muito confusa.

- O que mais não sei?

- Eu realmente queria poder te falar, mas não posso. - ele suspirou. - Assim como vc, eu recebo ordens.

Abaixei a cabeça deixando minha mente trabalhar.





*****CONTINUA*******


MDS, SCRR EU DEMOREI DEMAIS EU SEI... SORRY MESMO.... TO MEIO SEM TEMPO ¬¬